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quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Carta para Julieta

Cara Julieta,

Hoje eu pedi o amor da minha vida em casamento.

Não diria que foi estranho, sabe? Era uma pergunta que pairava sobre nossas cabeças há algum tempo. Gostei de ter sido a primeira a perguntar. Quem disse que é obrigação do homem fazer essas coisas? Temos que correr atrás do que queremos. Ele correu atrás de mim quando eu ainda estava presa em minha torre (quase como você e sua sacada, Julieta!), nas garras da opressão flamejante de um terrível dragão. Palavras têm um poder inimaginável e incandescente; podem abrir um ferimento letal em nossa carne, podem fazer todo o sangue do corpo se esvair pelos olhos. Contudo, também podem salvar sua alma da morte. Podem curar, podem te tornar alguém mais forte. E se meras palavras podem fazer tudo isso, Julieta, imagine o que ações podem alcançar.

Foi assim que eu soube, minha amiga. Foi assim que soube que ele é aquela outra parte de mim, aquela parte que estava perdida no mundo. Em um dia completamente sem esperança, Julieta, encontrei o meu Romeu. 

Bastou um olhar para atrair a atenção. Bastou um toque para aguçar os sentidos.
Hoje, basta um abraço dos mais apertados para lavar todas as angústias do dia.

Basta um beijo para viajarmos a outro Universo.

Romeu me curou, Julieta. Sinto pela forma com que a sua estória terminou com o seu escolhido, mas tenho certeza de que, até o fim, você sentiu que ele era a sua salvação. No fim, todos nos libertamos (de uma forma ou de outra). É isso o que senti - e ainda sinto -, minha cara. Senti que estou caminhando diretamente para o que está escrito nas estrelas quando sussurrei - roçando meu corpo nu no dele em uma manhã de verão - para que se casasse comigo. Olhando fundo em seus olhos, aquela certeza emanando do meu ser; a certeza de uma segurança que nunca experienciei antes. A segurança da luz acesa, do olho no olho, dos lábios murmurando palavras ousadas no ouvido de quem tanto se ama.

O amor correspondido.

E o melhor de tudo, minha amiga,

Foi que ele disse, e aqui eu o cito: "Sim."

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